quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012


BIG BROTHER BRASIL: UMA VERGONHA NACIONAL

Por Gilson Barbosa



Hoje em dia os desejos carnaisos apetites sensuais são incentivados constantemente por todos os meios midiáticos. A teologia reformada denomina essa realidade de depravação total da natureza humana. Louis Berkhoff expressou que essa depravação é: “(1)... uma corrupção inerente que se estende a cada parte... da natureza [humana], a todas as faculdades e capacidades tanto da alma como do corpo; e (2) que não há nenhum bem espiritual... no pecador, mas somente perversão” (Teologia Sistemática). O apóstolo Paulo informou os irmãos efésios (2.3) dessa realidade: “Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (meu grifo).

Essa triste realidade é constatada nos programas televisivos que tem levado à exaustão os desejos lascivos e perniciosos inerentes à natureza humana. Para a efetivação desses tipos de pecados, não há idade, classe social, profissão, pudor, censura, etc. Nada freia os ditos desejos carnais e os apetites sensuais. Recentemente comprovamos isso no programa Big Brother Brasil 12, exibido pela Rede Globo e operado em suas plataformas midiáticas (internet, telefonia, televisão). No dia 17 de janeiro de 2012 os jornais anunciavam o suposto estupro dentro da casa. A Folha de São Paulo, na sua capa, trazia a noticia abaixo:

A Rede Globanunciou a eliminação do modelo Daniel Echaniz, 31, do 12º “Big Brother Brasil”. Ele será investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por suposto estupro que teria cometido contra a estudante Monique Amim, 23.

No entanto, tem sido frequente no programa Big Brother os casos de estupros, gravidez, violência, embriaguez, entre outras coisas desse gênero. As mídias noticiam que edições do programa por 40 países colecionam casos de abusos, expulsões e até uma gravidez gerada na casa. O Big Brother, na versão australiana, teve a intervenção do primeiro-ministro que solicitou a extinção do programa – o caso foi agressão de dois jovens contra uma garota. Pode-se dizer com muita convicção que esse programa é uma vergonha internacional. E, no caso do Big Brother Brasil, uma vergonha nacional. Penso ser importante os leitores entenderem essa distinção.

A ENDEMOL E A ORIGEM DO BIG BROTHER

O programa Big Brother foi criado por um produtor de televisão, holandês, chamado John de Mol, em 1999. Ele juntou-se a outro produtor, Joop van den Ende, e juntos criaram a empresa Endemol, em 1994. O autor Rodrigo Boldrin informa que em 2001 a Endemol formou uma joint-venture[1] com a Rede Globo de Televisão, a Endemol Globo S/A, a fim de viabilizar a produção do Big Brother nacional. A primeira edição do Big Brother brasileiro, foi exibida de 29 de janeiro a 2 de abril de 2002. 

A Endemol é uma produtora de entretenimento audiovisual e seu negócio visa estabelecer associação com as principais emissoras ou produtoras de outros países a fim de comercializar seus produtos. O autor Rodrigo Boldrin em sua Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara, informa o seguinte sobre a origem do Big Brother:

O programa foi criado por John de Moll, um dos proprietários da Endemol, que se inspirou num projeto cientifico, realizada nos EUA, chamado Biosfera 2. O projeto foi construído no Arizona e consistia em uma redoma de vidro com 12 mil metros quadrados em que oito cientistas ficaram confinados, entre os anos de 1991 a 1993. O objetivo era simular como seria a vida em outro planeta, mas fracassou. O nome do programa foi inspirado no livro 1984, de George Orwell.
  
ELEMENTOS DO BIG BROTHER

O formato do programa é conhecido como reality-show. Esta denominação se justifica por ter como principal atração a participação de pessoas anônimas, submetidas a situações pretensamente reais. É uma mistura de ficção e realidade. Os idealizadores partem de certo conceito de realidade, ou seja, intencionam mostrar a realidade dos fatos, “a vida como ela é”. No entanto, o que se tem notado não é nenhuma novidade com respeito à natureza humana, entre as quais está o estímulo ao voyeurismo[2], a curiosidade de saber o que os outros fazem e como fazem, a comprovação e identificação do público quanto aos sentimentos de ódio, vingança, amor, ciúmes, amizade, etc).    

Rodrigo Boldrin afirma que de acordo com a produtora Endemol, o formato do programa Big Brother inicialmente foi centrado sob quatro elementos: 1) o ambiente de retorno ao básico[3], em que os participantes vivem; 2) o sistema de eliminação através dos quais os participantes deixam a casa, a partir da escolha da audiência em casa; 3) as provas, propostas pela produção do programa, nas quais os participantes devem completar semanalmente; 4) o confessionário, no qual os participantes devem falar sobre como estão se sentindo, suas frustrações, pensamentos e suas indicações.  

ASPECTOS DO BIG BROTHER

Na questão social, o Big Brother serve para alavancar audiências de público, lucros financeiros e o mais interessante e importante é a possibilidade de extrair certas informações do público. Rodrigo Boldrin diz que

as novas tecnologias – e o Big Brother, por utilizar-se de algumas dessas novas tecnologias, pode ser também incluído aqui – aparentam ser mais meios de controle, de reconhecimento e identificação do que meios de comunicação. Na realidade, podemos afirmar que elas são meios técnicos de espionagem, meios de ‘verificação’, de ‘monitoramento’ das atividades do cidadão. Não é a toa que o mote do Big Brother Brasil é ‘espiar’. Este programa suscita diversas implicações. As ideias de controle e monitoramento estão intimamente relacionadas com a concepção do programa. Não apenas dos participantes, que se submetem a estarem sob a vigilância das câmeras, mas de todos aqueles que estão trancados em frente ao aparelho de televisão. Na verdade são eles os controlados, os que são espiados. Como apontado anteriormente, ao interagir com o programa, o indivíduo transmite informações. A emissora passa a conhecer a massa dos espectadores, quais atitudes aprovam, quais desaprovam. Isso permite, por exemplo, que ela produza novos produtos ou programas que atendam estas tendências.

Esta informação é extremamente relevante, pois denota ser um elemento primordial para os objetivos das redes de televisão envolvida com os reality-shows: espiar, controlar, influenciar, discernir e descobrir quais sãos os pensamentos sociais. Enquanto os telespectadores pensam que estão se entretendo, na verdade, estão fornecendo informações às emissoras de televisão, que a partir dela buscarão atender a demanda do público.

No aspecto cristão, não é saudável uma pessoa que teme ao Senhor envolver-se com esses tipos de programas televisivos. Aliás, até mesmo penso que um autêntico servo de Cristo não terá nenhum desejo de acompanhar esses tipos de reality-shows, pois visam atender os anseios carnais, entreter-nos dissolvendo o precioso tempo que temos, que poderia ser mais bem utilizado na leitura da Bíblia, de bons livros evangélicos, na prática da oração. Paulo escrevendo aos tessalonicenses (I Ts 5.22) os exortou: “Abstende-vos de toda a aparência do mal”. É claro que o contexto paulino é outro, mas todo o tipo de mal deve ser evitado, ainda mais quando se trata de um mal moral, ou estritamente falando, de programas televisivos que propagam a imoralidade e a perversão, desmoralizando as famílias, pessoas, desrespeitando o outro e envergonhando nossa nação.

Em Cristo,  
  


[1] Associação de empresas, que pode ser definida ou não, com fins lucrativos, para explorar determinados negócios, sem que percam sua personalidade jurídica. A expressão joint-venture, significa “união de risco”.
[2] Essa palavra traduz o prazer que alguns sentem em apenas espiar, observar o outro nu ou no ato sexual, sem participar e sem que o outro saiba disso.
[3] A idéia de retorno ao básico era um dos elementos mais fortes das primeiras edições do programa, mas que foi se modificando com o passar dos anos, permitindo cada vez mais o acréscimo de itens de luxo, como se vê agora.

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