Em
Romanos 16.1 Paulo faz questão de recomendar Febe que é diaconisa na Igreja em
Cencréia. No grego a palavra é diaconisa, mas o sentido é diaconisando a Igreja.
Não aparece a palavra dulos, que é uma serva que trabalha na Igreja. Mas uma
mulher que exerce o diaconato. Em 1 Tm 3.9 Paulo diz: os Diáconos sejam
honestos, não cobiçosos, nem de duas palavras , nem dado a vinho. No versículo
11 diz: Da mesma maneira as mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e
fiéis em tudo. Aqui Paulo se reporta as mulheres Diaconisas e não esposas de
diáconos, pois, se assim fosse ele falaria das esposas dos Presbíteros. Na
Igreja primitiva mulheres judias já administravam a filantropia na Igreja, daí
que foram escolhidos 7 homens judeus influenciados pela cultura grega.
No
tempo de Jesus havia 900 Sinagogas que eram administradas pelos parnasim
(hebraico) e na transição para a Igreja passou a usar o termo Diácono. Mas esta
palavra que significa mordomo, ou seja, um servo que administra os bens do seu
patrão e não dulos, que é um servo comum, passou a significar muito para a
Igreja primitiva. Ele administrava as bênçãos espirituais do evangelho
pentecostal. Veja que os diáconos eram cheios do Espírito, se destacaram mais do
que alguns Apóstolos, portanto eles exerciam cargo de liderança.
Felipe era Diácono,
ganhou Samaria e batizou o Eunuco da Etiópia. Então o Diácono daquela época
exercia a plenitude do ministério. Diferente do Diácono hodierno local que
apenas faz segurança e recolhe oferta. Febe dirigia a Igreja em Cencréia. É fato
que a mulher na cultura judaica era discriminada. Os rabinos da escola de Hilel
acreditavam que mulher não tinha alma. A oração do Fariseu que era influenciado
pela escola de Hilel começava assim: te dou graças Adonai, porque não nasci
gentio, nem mulher.
Essa transição do Antigo Testamento para o Novo desencadeou mudanças profundas
na Igreja, pois os costumes judaicos que estavam incrustados foram removidos
pela pregação de Paulo. As mulheres passaram a ter mais autonomia. Até porque
Jesus havia iniciado esta autonomia no seu ministério.
Até a poligamia que existia na Igreja primitiva passou a ser rechaçada, mas isso
foi um processo lento, de transição. Veja que Paulo recomenda o exercício do
ministério a obreiros que tenham uma só mulher, se casado, marido de uma mulher.
No Novo Testamento a recomendação a partir daqui é para praticar a monogamia.
Até nisso a mulher passou a ser valorizada, já que a poligamia da época só
permitia várias mulheres para um homem, diferente da poligamia entre os
Ianomâmis do Brasil que praticam a poligamia inversa de uma mulher casada com 3
homens na mesma oca.
Os evangelhos falam de doze discípulos, mas Lucas faz questão de mencionar um
colegiado de discípulos em número de setenta, talvez por ser o evangelho do
homem, cujo foco está centrado na humanidade do Salvador e 70 fala da humanidade
representada nas setenta nações de Gênesis. Mas neste grupo de 70 discípulos
aparecem as mulheres Suzana, Joana, Maria madalena e outras que o acompanhavam
no ministério. (Lc 8.1.) Essas mulheres foram arrojadas no exercício do
ministério. Algumas delas não abandonaram o Salvador na cruz, enquanto os
discípulos se acovardaram e se esconderam, com exceção de João e a mãe de Jesus.
A
primeira pessoa no Novo testamento que anunciou o evangelho em Samaria foi uma
mulher. Depois veio Felipe, mas a cidade já conhecia a pregação da mulher do
poço de Jacó.
A
primeira pessoa a visitar o sepulcro e esperar pela ressurreição foi uma mulher,
daí que Jesus ao ressuscitar apareceu primeiro a mulher. Os discípulos não foram
esperar a ressurreição, só depois da notícia, e mesmo assim ficaram em dúvida
porque a notícia vinha pela boca de mulher.
O
Novo Testamento deixa a impressão de que a mulher tem uma inteligência religiosa
superior a dos homens. Não confundir com a intelectualidade do conhecimento
bíblico teórico. Jesus nunca disse para um homem, grande é a tua fé, mas disse
para a mulher Siro-Fenícia: O mulher, grande é a tua fé, seja feito conforme a
seu pedido.
Dorcas fundou uma associação beneficiente na Igreja primitiva como isca para
ganhar milhares de pessoas. A mãe de Marcos ofereceu sua casa para sediar a
Igreja pondo sua vida em risco. Priscila e Aquila expuseram suas vidas em
risco evangelizando em Corinto junto com Paulo e ali fundaram a Igreja.
Dionísio e Thamires se convertem em Atenas e se tornam lideranças na Igreja da
Grécia, segundo a tradição da Igreja. A própria tradição da Igreja medieval
afirma que Maria Madalena foi Bispa no II século.
Paulo recomenda que a mulher não fale na Igreja em Corinto para não se confundir
com o templo de Afrodite, deusa da sexualidade que habitava em Corinto. Ele
chega afirmar que nesta cidade seria indecente a mulher falar na Igreja, no
grego está imoral, por conta da deusa Afrodite.
Em Rm 16.7 Paulo diz: saudai a Andrônico e Júnias que se destacaram entre os
apóstolos. O apostolado era um dom ministerial que a pessoa desbrava o evangelho
numa região ainda não alcançada. Não que houvesse o cargo de apóstolo, mas o dom
ministerial. O próprio Paulo que fora influenciado pela escola de Hilel e sendo
ele ex- fariseu escreveu aos Gálatas 3.28 dizendo : para Deus não há servo ou
livre, macho ou fêmea. Deus não faz acepção de pessoas. Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o
homem, no Senhor.
Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher,
mas tudo vem de Deus.! Cor. 11.11,12.
Quando
a benção do matrimônio bíblico está sobre o casal, a mesma unção que está no
homem, vai para a mulher, pois ambos se tornam uma só carne. A menos que a
mulher não queira exercer ao lado do seu marido a função de aconselhar, agregar,
abençoar, dar atenção aos necessitados, orar, ministrar a palavra, expulsar
demônios, curar os enfermos, apaziguar, e a tolerar os espinhos que permeiam o
ministério do marido. Caso ela queira exercer o ministério ao lado do marido,
ela já tem a unção do matrimônio que une dois em um.
Quanto a ordenação de mulher ao presbitério, realmente não há citação bíblica,
nem relato que tenha ocorrido. Até porque o cristianismo nasceu no berço do
judaísmo e emprestou muitas palavras e adaptou outras. Por exemplo, o presbítero
na Igreja primitiva era o ancião do judaísmo, ou um rabino do Sinédrio judaico
composto pelo número de 70 para dirigir o judaísmo e as questões sociais,
políticas e religiosas. Como no judaísmo jamais a mulher poderia compor o
Sinédrio, a Igreja primitiva não ousaria incluir a mulher tão cedo no
ministério, mas na prática as mulheres do Novo testamento se destacaram
exercendo todos os dons que os homens exerciam.
Maria foi um instrumento de Deus para trazer o salvador ao mundo sem ajuda do
homem. A mulher que quebrou o vaso de perfume valioso teve a aprovação
testemunhal e Universal do Senhor Jesus, pois ele disse: esta mulher praticou o
mais nobre ato de bondade e misericórdia, pois fazendo isso ungiu meu corpo
para ser oferecido ao mundo e por onde for pregado o evangelho na história do
mundo será feito referencia a ela.
Não
há relato na bíblia que uma mulher tenha sido ordenada a pastora, como também
não há relato bíblico que algum homem tenha sido ordenado a pastor. Não existe
na bíblia ordenação a pastor, já que pastor era um dom ministerial conforme Ef.
4.11. Pedro estava idoso e escreveu sua carta dizendo que era um Presbítero,
portanto o presbítero era o mais alto cargo ministerial. (I Pedro 5.1) Este
presbítero podia exercer o pastorado se tivesse vocação para isso, ou exercer o
magistério bíblico, ou exercer o apostolado, ou exercer como evangelista, ou
profeta. Profeta aqui não é aquele que tem os dons espirituais de profecia. Mas
aquele que prega com autoridade de um profeta, usado por Deus na revelação da
inspiração bíblica.
Não há relato que alguém tenha sido ordenado a evangelista na Bíblia, nem homem,
nem mulher. Mas há relato que alguém tenha sido enviado como evangelista como
Barnabé e Paulo. A mulher Samaritana foi enviada por Jesus como evangelista, mas
não ordenada. Outros foram enviados como apóstolos para desbravar. Apolo
era um exímio mestre na palavra, mas não tinha sido ordenado.
A
ordenação dos doze começa com a chamada para pescar homens, algum tempo depois
Jesus após a ressurreição ordena os onze dizendo: ide pregai, ensinai e batizai.
A pregação pressupõe o evangelista e o apóstolo, ensinar pressupõe o Mestre e o
profeta, batizar é o papel do Pastor que apascenta. Interessante que Paulo disse
que não se orgulhava de batizar, mas de pregar. Paulo deixa implícito que não
tinha o dom de Pastorear, pois ele afirma que tinha o dom de Apóstolo, pregador
e Mestre I Tm 2.7 II Tm 1.11 .Ele afirma: eu plantei, mas Apolo apascentou e
Deus deu o crescimento.
Com
essas considerações aprendemos que a mulher pode exercer o ministério, seja
pregando, orando, ensinado, curando, aconselhando, dirigindo Igreja, liderando,
agregando. Ou ao lado do marido ela tem a unção de Deus. A mulher pode dirigir
Igreja, pois na prática já vem fazendo. Nas Igrejas da Assembleia de Deus, mesmo
as mais tradicionais é evidente a existência de mulheres que dirigem
congregações. É fato que muitas delas oram, pregam, expulsam demônios, curam e o
resultado é o mesmo. Em alguns casos até feito com mais amor e diligencia do
que muitos homens que se acomodaram. Bíblicamente a mulher pode, nós podemos.Fl
4.13.
Veja
a citação de um líder político, dos mais respeitados no Brasil e no mundo na
campanha eleitoral de 2010
Por
que neste país a mulher não pode nada?
Quem
te limpava quando você era criança?
Quem
te socorria quando você era Bebê e tinha fome e tinha
dor?
Quem
te carregou no ventre durante 9 meses e sentiu dor para fazer você vir ao
mundo?
Quem
brigava com vizinhos para te defender quando você era
criança?
Quem
se expunha publicamente para te dar segurança?
Quem
deixava você morder o peito dela para te alimentar?
Quem
levantava de madrugada várias vezes para fazer você parar de
chorar?
Quem
improvisava algo para você comer, mesmo quando não tinha quase nada para
comer?
Com
certeza não foi seu pai, foi a mulher sua mãe
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