domingo, 12 de fevereiro de 2012

TUDO POSSO NAQUELE ME FORTALECE

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Gilson Barbosa

sábado, 11 de fevereiro de 2012

A Verdadeira Prosperidade (EBD)


TUDO POSSO NAQUELE ME FORTALECE (Subsídio EBD)

Por Gilson Barbosa



Os irmãos filipenses receberam a carta paulina por mãos de um obreiro chamado Epafrodito. Este havia sido enviado pela igreja local para levar donativos ao apóstolo encarcerado em Roma, conforme Filipenses 4.18: “Mas tenho tudo; tenho-o até em abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus”. Ele também devia informar Paulo acerca da igreja. De maneira geral a igreja ia bem, pois não é apresentado, na carta, algum tipo de problema que pudesse deixar o apóstolo triste ou preocupado – a não ser os casos comuns como perseguição, maus obreiros, talvez desentendimentos entre os irmãos.

A igreja estava preocupada com a situação do apóstolo, encarcerado, e desejava ter informações a respeito (leia Filipenses 1.12-26). Após fundação da igreja em Filipos (At 16.9,10) – a primeira em solo europeu – o apóstolo Paulo retornou a cidade em outras duas ocasiões (At 20.1-6; II Co 2.13). A igreja iniciara com a conversão de uma mulher – Lídia. Temos informações que ela era uma mulher de negócios, vendedora de púrpuras, e, que de alguma forma sua alma anelava conhecer mais a respeito do evangelho de nosso Senhor – talvez tivesse sido criada no paganismo. Tudo indica que era uma mulher bem sucedida no seu comércio, e isso antes de receber o genuíno evangelho. O comentarista William Hendriksen arrisca dizer que Lídia bem poderia ser dona de uma importadora de roupas ou tecidos, pois, a cidade natal dela – Tiatira – era o centro da indústria de roupas de púrpura.  

Foi também em Filipos que o apóstolo Paulo, junto com Silas, fora preso após expulsar um espírito adivinho (demoníaco) de uma jovem. Enquanto no Brasil aconteceu de um pregador da teologia da prosperidade ser preso (nos EUA) por esconder dinheiro ilegalmente dentro da Bíblia, os apóstolos foram presos por pregarem fielmente o evangelho de Cristo. Que enorme e gritante diferença! As acusações contra os apóstolos nada tinha a ver com corrupção ou tentativa de enganar a Receita Federal, mas de libertar, por meio de Cristo, “uma jovem que tinha um espírito adivinhador, e que, adivinhando, dava grande lucro a seus senhores” (At 16:16). Este fato lhes custou à tranquilidade, pois, foram arrastados à praça da cidade, e diante das autoridades e da multidão foram açoitados (At 16.19-22). Se as autoridades os expulsassem da cidade estava bom, mas, infligindo maior sofrimento ordenaram ao carcereiro que os colocasse na prisão e guardasse com toda a segurança. Causa-me impacto saber que Paulo e Silas não blasfemaram, reclamaram ou murmuraram, contra Deus, e nem decretaram, declararam ou fizeram confissão positiva acerca do livramento da prisão, mas, se puseram a orar e cantar. E para tanto, temos de ter uma “medida especial da graça de Deus”. O milagre sobrenatural Divino – a abertura da prisão após um terremoto – resultou na conversão do carcereiro e sua família (At 16.30-34).

Eis, nestas linhas acima, dois relatos importantes do início da igreja em Filipos. Tendo estabelecido a igreja, era imperativo o apóstolo cuidar dela em tudo - assim como fazia com as demais. Incapacitado de estar presente, pela prisão, o apóstolo procurava animar e fortalecer a fé e a alegria dos irmãos. Pessoalmente fortalece minha fé quando leio Paulo dizer aos irmãos o seguinte : que o que tinha acontecido (sua prisão e outros sofrimentos por causa do Evangelho de Cristo) contribuiu para o progresso do evangelho e que eles seriam estimulados no Senhor por “suas algemas” (1.12-14); o cristocentrismo de Paulo é evidente quando afirma que para ele o viver é Cristo e o morrer é lucro (1.21). A expressão o viver é Cristo significa derivar de Cristo sua força espiritual e até mesmo pessoal (4.13); ter a mente, os sentimentos e a humildade que Cristo teve (2.5-11); estar coberto pela justiça de Cristo (3.9); alegra-se Nele (3.1; 4.4); é viver para a glória Dele (II Co 5.15); descansar a fé em Cristo e amar-lhe em resposta de seu amor (Gl 2.20).

No capítulo 2 vemos o apóstolo incentivando os irmãos filipenses a viverem uma vida de unidade, humildade e solicitude:

- unidade: “completai o meu gozo, para que tenhais o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, pensando a mesma coisa” Filipenses 2:2
- humildade: “nada façais por contenda ou por vanglória, mas com humildade cada um considere os outros superiores a si mesmo” Filipenses 2:3
- solicitude: “não olhe cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros”Filipenses 2:4

Paulo diz no versículo 2 que sua alegria só estaria completa se os irmãos praticassem estas três virtudes: unidade, humildade e solicitude. Apesar de a igreja filipense ser motivo de alegria e coroa do ministério apostólico de Paulo eles tinham de buscar as três virtudes acima expostas, pois não poderiam deixar que nenhum tipo de desentendimento ou desunião ocorresse entre eles. É o caso de duas valorosas obreiras do Senhor que foram alvos da exortação paulina: “Rogo a Evódia, e rogo a Síntique, que sintam o mesmo no Senhor” (Fp 4:2). É claro que até certo limite as diferenças pessoais, intelectuais, doutrinárias ou teológicas são aceitas, mas não devem minar a unidade, a humildade e a solicitude entre os irmãos em sua comunhão.

Na seção 5-11 (capítulo 2) temos o exemplo de Cristo na humilhação. Paulo deseja que os irmãos imitem a Cristo, pois, a essa é a regra. Concordo com o pensamento que devemos ter alguns dos nossos abnegados irmãos e irmãs, tementes a Deus, como uma referência para nossa vida, mas, isto deve ser exceção, não regra. Devemos ter em mente, também, que a situação e o contexto bíblico que estavam inseridos os irmãos, que servem de modelo para a nossa fé cristã, é outro (Hb 11.4-40; I Co 11.1; Fp 3.17). Por causa do cânon bíblico a posição dos homens e mulheres de Deus, nas Escrituras Sagradas, é singular e ímpar. A Bíblia nos convida a olharmos para Cristo: “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus” (Hb 12:2). Acerca disso a Bíblia de Estudo de Genebra anota neste texto:

A nuvem de testemunhas do Antigo Testamento nos inspira, porém o nosso encorajamento principal se encontra na pessoa e obra de Cristo, que nos precedeu como o “Autor e Consumador da Fé” e é exemplo supremo de fé na carreira.

Noutras palavras: Os irmãos deveriam buscar a humildade e praticá-la, pois no texto em questão, Cristo nos deu exemplo de que (Ele) para salvar outros, renunciou a si mesmo. Está na mente do apóstolo ainda os versículos 2-4 – que retrata algumas das virtudes cristãs. Havendo unidade, humildade e solicitude não haveria partidarismo, orgulho, conflitos, discórdias, exaltação humana. Parece ser esse quadro negativo o que acontece hoje em dia na maioria das igrejas. Por falta de unidade, humildade e solicitude, os obreiros-líderes estão naufragando em suas vocações ministeriais. Assim como Cristo se humilhou ao deixar o céu, da mesma forma como abriu mão de alguns dos seus atributos (não da sua Divindade), da mesma maneira como nunca pensava só em si mesmo, os filipenses – e nós hoje – deveriam imitá-lo. Até aqui nada da teologia da prosperidade. É caso de perguntar: Paulo pregava um evangelho de facilidades, sucesso, vitórias? Ele sabia desse método de pregação? Se sim, por que não fez uso dele para “abençoar” os crentes filipenses? Reflita.


Na seção 19-30 (capítulo 2) lemos que Paulo promete enviar Timóteo a Filipos o mais breve possível para ter conhecimento da situação dos irmãos. Ele espera enviar Timóteo antes que o pior aconteça (possivelmente sua morte) – note a expressão “espero no Senhor Jesus” (v.19). Porém, não obstante essa intenção, diz Paulo que julgou necessário mandar aos filipenses o irmão Epafrodito (v.25). Este era um líder espiritual na igreja de Filipos; estava agora com o apóstolo, mas, havia sido enviado pela igreja de Filipos para levar algum donativo a Paulo (4.18); porém, ao cumprir essa missão ficou gravemente enfermo (2.27,30). Pergunto: Por que Paulo não decretou a cura ao irmão Epafrodito? Por que não ensinou aos irmãos filipenses a inaceitabilidade de nenhum tipo de enfermidade, pois estas denotam falta de fé e espiritualidade? É lógico que o motivo é porque Paulo sabia que esse procedimento não fazia parte do fiel evangelho de nosso Senhor.

Preciso dar um salto textual e ir direto ao versículo que está sendo analisado nessa lição bíblica – Filipenses 4.13. Todo o estudante, iniciante de teologia, sabe – se não, logo saberá – que para interpretarmos fielmente um texto bíblico temos de analisar o contexto em que está inserido determinado versículo. O contexto pode ser imediato ou geral. Olhando para o contexto apenas da carta, aos filipenses, não temos nenhuma evidencia ou indicação de que Paulo acredita num ensino semelhante ao evangelho da prosperidade. Por que então o versículo 13, do capítulo 4, poderia ensinar esse tipo de teologia?  

A partir do versículo 10 (capítulo 4) o apóstolo Paulo agradece o donativo enviado pela igreja e se alegra da generosidade deles: “Ora, muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade”. Os irmãos filipenses, de fato, eram muito solícitos:

Como vocês sabem, filipenses, nos seus primeiros dias no evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja partilhou comigo no que se refere a dar e receber, exceto vocês; pois, estando eu em Tessalônica, vocês me mandaram ajuda, não apenas uma vez, mas duas, quando tive necessidade. Filipenses 4:15,16

Alguns veem na expressão de Paulo, “não estou dizendo isso porque esteja necessitado” Fp 4:11, um motivo que respalda a pregação da prosperidade, pois, ele não tinha necessidade de nada. Mas, na verdade, o versículo quer dizer (e diz) que a verdadeira razão e alegria de Paulo não estão no fato de que suas necessidades materiais estão sendo satisfeitas. Ao contrário, apesar das circunstancias, ele está satisfeito. O contentamento dele está na experiência da sua conversão, e, as provações, por amor a Cristo, tinham proporcionado a ele grandes lições e maturidade espiritual. Por isso podia dizer:

Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Filipenses 4:12

Paulo está ciente das lutas, provações, dificuldades, mas, apesar disso está contente. Porém, a fonte desse contentamento não é sua condição financeira, a saúde do corpo, a vida mansa (nada disso estava acontecendo com ele), mas, é Cristo. Ele diz que sabia passar por necessidades (II Co 11.27), ou seja, fome, sede, jejuns, frio, nudez, sofrimentos físicos, tortura mental, perseguição; e sabia padecer necessidades, ou seja, em muitas ocasiões ele não tinha nem o necessário; faltava-lhe muitas coisas, mas, nenhuma dessas ausências lhe privou de contentamento. Possuía uma fé firme, inabalável e convicta.    A grande mazela da pregação da teologia da prosperidade é produzir crentes fracos, inconstantes, infiéis, reclamadores, sem convicção.

Então Paulo irrompe num grandioso louvor: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13). A graça de Cristo é suficiente a ele (II Co 12.10), pois, o Senhor está ao seu lado (II Tm 4.17). Cristo, para ele, é a fonte de ânimo e vigor: “Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte” (2 Co 12:10).  

A expressão tudo posso, do versículo 13, não deve ser entendido como se fosse tenho tudo e também nada tem a ver com saúde física ou prosperidade financeira. O que deve ser entendido é que sob quaisquer circunstancias, tanto gerais como particulares, Paulo havia aprendido o “segredo” do contentamento. É isso que os crentes devem saber também hoje.

É claro que o crente pode confiar no cuidado e na provisão de Deus. O versículo 19 (cap. 4) diz: “O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus”. Paulo havia experimentado esse amoroso cuidado de Deus em seu ministério: “Mas o Senhor permaneceu ao meu lado e me deu forças, para que por mim a mensagem fosse plenamente proclamada, e todos os gentios a ouvissem. E eu fui libertado da boca do leão” (2 Tm 4:17). O que está declarado nesse texto é a provisão Divina e que ela não é automática ou autônoma, mas, em Cristo. Das muitas maneiras que Deus demonstrava cuidado pessoal com o apóstolo Paulo, uma, foi comover os irmãos filipenses a  abençoarem sua vida enviando donativos a ele. Isso não significa que não seremos privados de alguma coisa nesta vida, mas, que Deus soberanamente está cuidando de nós.

A Ele a glória!

Em Cristo,

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