A MULHER NO CRISTIANISMO (DIA INTERNACIONAL DA MULHER)
“Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de rubis”. Salomão
Por Gilson Barbosa
Do
ponto de vista cristão a mulher nunca foi tratada de maneira inferior
aos homens; os papéis são diferentes, mas não há algo como desumanização
do sexo feminino. É verdade que sentimos na cultura judaica bíblica uma
sensação de preconceito feminino, mas, isso jamais partiu do Senhor e
sim de opiniões diversas sobre a mulher. Ao longo do tempo foram sendo
criadas leis que impediam a igualdade entre homem e mulher. Percebemos
então que a falha está no ser humano, como sempre, e não no Senhor Deus
ou na sua Santa Palavra.
As feministas[1]
criticam a Bíblia Sagrada por conta disso, mas, entendemos que por sua
cosmovisão acontecer através de lentes de mulheres que não temem a Deus,
só podíamos esperar essa atitude contra as Escrituras mesmo. No
entanto, quando o Senhor criou o ser humano não fez distinção de valor
entre suas naturezas:
E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. (Gn 1.27)
Deve
ser entendido também que a Bíblia registra os procedimentos culturais
das nações sem necessariamente prescrever a postura que a sociedade
deveria ter nos casos que poderiam ser considerados abusivos. Nisso
também se enquadra a escravidão também, por exemplo.
Outra
explicação a respeito da maneira como a mulher era tratada em Israel
tinha haver com o tipo de sociedade familiar que estavam inseridos:
Israel
era uma sociedade definitivamente patriarcal. Em geral, os homens eram
os chefes da família e do governo. Embora aos olhos de Deus as
mulheres fossem de importância igual à dos homens, estes não as viam
assim. Haviam algumas leis que impunham sérias restrições à mulher. No
primeiro século havia uma célebre oração que os judeus recitavam, na
qual agradeciam a Deus por não terem nascido mulher. (Lições Bíblicas, 2000, Ponto de Contato).
Porém,
Jesus demonstrou àquela sociedade masculina como deveriam se comportar
diante da presença feminina e agiu com atitudes de cortesia, respeito,
generosidade e bondade. Deve ser lembrado que nem todos os homens judeus
agiam ou pensavam iguais a respeito da mulher. Jesus agiu totalmente ao
contrário dos judeus ortodoxos da sua época. Segundo o Manual dos Tempos e Costumes Bíblicos (Ed: Betânia) alguns elementos e acontecimentos caracterizaram a maneira como Jesus tratou as mulheres de sua época.
A
mulher não podia ter participação ativa no culto. Nas sinagogas,
deveriam sentar-se ao fundo. Em vez de participar dos atos religiosos,
elas tinham que se manter a certa distância dos homens. Em muitas das
sinagogas, elas não poderiam ler, nem ter nenhum outro tipo de atuação.
Diante
dessa atitude o que Jesus fez então? Teve atitudes nobres, como por
exemplo, aceitar mulheres em seu grupo de discípulos. Podemos destacar
as seguintes: Maria, sua mãe. Ela foi responsável pela
educação espiritual de Jesus e certamente muito o influenciou. Maria
estava presente quando Jesus realizou o primeiro milagre, em Caná da
Galileia (Jo 2.1): “E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da
Galileia; e estava ali a mãe de Jesus”; como também presenciou o horror
de ver seu filho inocente morrendo numa cruz: “E junto à cruz de Jesus
estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Clopas, e Maria
Madalena” (Jo 19.25).
Maria Madalena
era uma fiel seguidora de Cristo Jesus. Outrora havia sido atormentada
por espíritos malignos, mas Jesus a libertou. A Bíblia (Lc 8.1,2)
informa o seguinte:
E
aconteceu, depois disso, que andava de cidade em cidade e de aldeia em
aldeia, pregando e anunciando o evangelho do Reino de Deus; e os doze
iam com ele, e também algumas mulheres que haviam sido curadas de
espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual
saíram sete demônios.
Ela
não somente ficou junto à cruz de Jesus, mas, foi uma das primeiras
mulheres a comprovar a veracidade da ressurreição (Jo 20.1): E, no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro.
Maria de Betânia, a irmã de Lázaro, sentava-se para ouvir os ensinamentos do Mestre (Lc 10.38,39): E
aconteceu que, indo eles de caminho, entrou numa aldeia; e certa
mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa. E tinha esta uma irmã,
chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a
sua palavra. Numa ocasião derramou um perfume caríssimo sobre a cabeça de Jesus (Mt 26.6,7): E,
estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso, aproximou-se
dele uma mulher com um vaso de alabastro, com ungüento de grande valor, e
derramou-lho sobre a cabeça, quando ele estava assentado à mesa.
Poderíamos
mencionar ainda como fiéis discípulos de Jesus, Maria, a mãe de Tiago e
José, a mãe de Tiago e João e Marta irmã de Lázaro e Maria. Poderia ser
dito também que Jesus não hesitou em conversar publicamente com uma
mulher (samaritana, cujo povo era adversário dos judeus), ainda que seus
discípulos ficassem desconcertados com a cena: E nisso vieram os
seus discípulos e maravilharam-se de que estivesse falando com uma
mulher; todavia, nenhum lhe disse: Que perguntas? ou: Por que falas com
ela?
Percebemos
a mesma atitude de especial gentileza e entendimento igualitário à
mulher no livro histórico de Atos dos Apóstolos, nas Cartas Paulinas e
nas Pastorais, concluindo assim que as raízes desse nobre tratamento
remonta ao nosso Senhor Jesus. Paulo considerava valorosamente as irmãs
no seu ministério a ponto de tê-las como cooperadoras na obra do Senhor
(Rm 16.1-16).
Que
as mulheres, servas tementes ao Senhor, saibam que são pessoas dignas,
nobres e especiais para Deus, bem como às suas respectivas famílias. Não
“embarquem” no navio furado das feministas, mas confirmem tudo o que é
reivindicado pelo Movimento a luz das Escrituras Sagradas. As jovens
solteiras que se apliquem nas coisas do Senhor mantendo-se puras tanto
no corpo quanto no espírito: Há diferença entre a mulher casada e a
virgem: a solteira cuida das coisas do Senhor para ser santa, tanto no
corpo como no espírito; porém a casada cuida das coisas do mundo, em
como há de agradar ao marido. A mulher casada seja bênção para o
marido e filhos, esforçando-se na educação cristã dos filhos (junto com o
esposo) e sendo luz e sal da terra numa sociedade onde as mulheres
não-cristãs estão cada vez se entregando ao secularismo e liberalismo.
Todo
o dia poderíamos celebrar como sendo o Dia da Mulher! Mas, como o dia
08 de março foi popularmente convencionado, desejo a
minha digníssima esposa e todas as mulheres uma ótima celebração.
Em Cristo,
[1] Movimento feminino de opinião que tem lutado contra a “inferiorização” da mulher na sociedade. A raiz moderna do Movimento ganha forças com a publicação do livro A vindication of the rights of woman no final do século XVIII, na Grã-Bretanha.
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